O
mercúrio-cromo e o merthiolate são desinfetantes e bactericidas de
uso medicinal bastante utilizados no Brasil. Como material de
primeiros-socorros, todas as farmácias e postos médicos de escolas,
fábricas e empresas possuem essas substâncias que previnem
infecções quando aplicadas sobre ferimentos.
O merthiolate começou a ser fabricado após o mercúrio-cromo, e
este após a “tintura de iodo” – uma solução alcoólica ou
hidroalcoólica de alguma substância química, geralmente bastante
diluída e de uso farmacêutico.
A tintura de iodo em contato com ferimentos ajuda a combater
bactérias, porém causa uma certa ardência e manchas amareladas na
região aplicada. Essa substância vem sendo substituída pela
solução de mercúrio-cromo, que não dói, mas causa uma mancha
vermelho-forte em tudo o que toca, parecendo até
sangue!
Mercúrio-cromo ou mer-bromim é o nome comum do 2,7-dibromo-4hidroximercurifluoresceína – produto derivado da fluoresceína (C20H12O5), um corante sintético vermelho-forte que fornece solução de cor verde-amarelada por transparência.
Mercúrio-cromo ou mer-bromim é o nome comum do 2,7-dibromo-4hidroximercurifluoresceína – produto derivado da fluoresceína (C20H12O5), um corante sintético vermelho-forte que fornece solução de cor verde-amarelada por transparência.
O mercúrio-cromo, porém, não possui átomos de flúor nem de
cromo. O nome fluoresceína indica a grande fluorescência, visível
mesmo em diluições de 1:40.000 das soluções do composto-base e de
seus derivados. O termo cromo deriva do termo grego khroma (cor),
do qual também provém o nome do elemento cromo.
Já o merthiolate, ou tintura de merthiolate, corresponde
quimicamente ao tiomersal chamado também de thimerosal,
bactericida e fungicida muito utilizado também em soluções de
vacinas e de líquidos protetores de lentes oftalmológicas. É o sal
de sódio do mercúrio – [(o-carboxifenil)tio]etil de fórmula
química C9H9HgO2SNa.
O mercúrio-cromo e o merthiolate são usados há mais de 50 anos,
em todo o mundo. Entretanto, seu uso vem sendo sistematicamente
proibido, inclusive no Brasil, por determinação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Isso devido à composição de
suas fórmulas: ambos contêm mercúrio como componente, que é
tóxico. Ele penetra em qualquer organismo vivo pela pele, ou por
outras vias, e não é eliminado nunca. Sua ação deletéria é
cumulativa ao longo da vida do ser exposto, daí a necessidade de
eliminar toda e qualquer possível contaminação.
Envenenamento por compostos orgânicos contendo mercúrio foram
inicialmente observados e identificados nos anos 50, no Japão, em
seguida ao que ficaria conhecido como Doença de Minamata. Nessa
localidade, Minamata, detritos contendo mercúrio eram lançados ao
mar contaminando os peixes do local que, por meio de sua ingestão,
contaminaram um grande número de pessoas e animais. Fatos
semelhantes foram observados em outros países como a Guatemala, Irã
e Paquistão. A partir daí muitos estudos foram feitos, e leis
protetoras vêm sendo aplicadas.
No caso do mercúrio-cromo e merthiolate o uso é eventual e a
contaminação é pequena, o que não é considerado um perigo à
saúde. Logo, não há nenhum motivo para pânico. As medidas de
proteção já foram tomadas e outros bactericidas sem mercúrio
serão, sem dúvida, disponibilizados para a população.
Abrácidos Exotérmicos;
Prof. Cezário Júnior.