Que a palavra saudade
só existe em português, disso sabemos. Mas o sentimento não é exclusivo
de quem fala essa língua: não importa a variação que ganhe, todos
sentimos falta, ou vamos sentir, de alguém. E a ciência se encarregou de
estudar as causas e os efeitos da saudade no corpo (e na vida), por
mais que muitas respostas não sejam exatas — emoções são sempre um campo
complicado de entender, pois em geral dependem de neurotransmissores
difíceis de estudar e rastrear com precisão. Eis o que se sabe:
Pessoas são viciantes
Nossos
corpos produzem certas substâncias químicas, como hormônios e
neurotransmissores, que causam bem-estar e nos ajudam a formar laços
afetivos para que possamos manter relações com outras pessoas. São elas
que nos mantêm vivos. Quando estamos com alguém que realmente amamos, os
níveis dessas substâncias vão lá para cima. Mas, com o tempo, o corpo
fica acostumado a processá-las mais rapidamente, e você acaba viciado em
altas doses — ou na convivência com a pessoa amada. Dá para imaginar o
que acontece se você retirar a pessoa da sua vida assim, de repente? O
corpo fica uma bagunça, sem entender direito como funcionar
sem sua dose de hormônios e neurotransmissores que dão a sensação de
bem-estar. Pode levar bastante tempo até ele voltar ao normal ou
encontrar outro estímulo para produzir as substâncias necessárias.
Sintomas semelhantes aos da abstinência de drogas
Entendendo como a saudade ocorre, fica mais simples compreender por que, no período imediato após uma separação, pode causar sintomas físicos
parecidos com os da abstinência de drogas. Irritação, dificuldade para
dormir, aumento de cortisol (hormônio do estresse) e um mal-estar
generalizado fazem parte do pacote. Tudo, é claro, em menor intensidade,
mas ainda assim bastante reais.
Sentir saudade faz bem para a saúde
Uma pesquisa
da Universidade de Southampton mostrou que a saudade funciona como uma
resposta imunológica psicológica, pois é um sentimento que surge quando
passamos por dificuldades e funciona como um mecanismo de defesa. Por
isso, ela pode ser importante para dar uma sensação de auto
continuidade, ajudando a criar uma narrativa de sentido para a vida e
uma conexão com o passado para compreender melhor o presente.
O melhor remédio é se distrair
Parece
óbvio e bobo, mas a melhor forma de lidar com o sentimento é buscar
distrações que possam gerar o sentimento de prazer e bem-estar que a
pessoa amada gerava.
Fonte: Revista Galileu
Abrácidos Exotérmicos;
Prof. Cezário Júnior
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