terça-feira, 17 de setembro de 2019

PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CERVEJA SEM ÁLCOOL

O processo de produção da cerveja sem álcool é bem parecido com a da cerveja comum, que foi abordado na nossa postagem sobre a produção de cerveja. No entanto, esse processo possui algumas diferenças dependendo do tipo de processo usado para a sua produção.
 processo producao cerveja sem alcool

Tipos de processos de produção


Existem diversos processos. Dentre eles, os mais utilizados são: processo de diálise, de osmose reversa, de evaporação a vácuo e o de fermentação interrompida.

Processo de Diálise


O processo de diálise é operado em baixa temperatura e usa a seletividade de uma membrana semipermeável (ou fibra oca). As pequenas moléculas da cerveja passam através dessa membrana para o meio de diálise.
Esse fluxo vai para uma coluna de destilação a vácuo, onde o álcool é continuamente removido, e o fluxo de licor de diálise sem álcool é devolvido à unidade de diálise. Os componentes não voláteis da cerveja que estão na mesma concentração que na cerveja afluente, eventualmente circulam na corrente de diálise.
Uma vez que a força motriz para a diálise é um gradiente de concentração em que as concentrações de materiais não voláteis, antes de passar pela membrana, são os mesmos, e apenas os materiais voláteis (principalmente álcool) são removidos na coluna de destilação e continuam a passar através da membrana.
O produto final pode conter algo em torno de 0,5% de álcool. Geralmente, as cervejas que contêm álcool, que são produzidas dessa forma, contêm algo em torno de 2% de álcool. A natureza da membrana utilizada permite o controle da taxa de fluxo de cerveja e o dialisado pode ser manipulado para controlar o processo. Este processo evita o aquecimento de grandes quantidades de cerveja.
 dialisador remoçao alcool cerveja

Processo de Osmose Reversa


Assim como o processo de diálise, a osmose reversa também usa uma membrana semipermeável, que é mais seletiva do que a usada na diálise. Nesse processo, a água e o álcool permeiam uma extensão muito maior do que outros componentes. 
A cerveja passa pela superfície da membrana a uma pressão elevada (40 bar) e isso obriga as substâncias permeáveis a atravessar a membrana. O permeado é removido e a cerveja é bem concentrada - cerca de duas vezes. 
Inicialmente, o fluxo de água é bem mais elevado do que o de álcool. No entanto, a transferência de álcool aumenta com a concentração crescente no interior da membrana. A água pura, desmineralizada e desoxigenada, é então passada do lado de fora da membrana (diafiltração), e o álcool continua a passar a partir do concentrado de cerveja. O processo é parado quando a cerveja tem o teor de álcool necessário de modo a que a diluição do volume original dá a especificação de baixo teor alcoólico desejado (geralmente cerca de 2%).
Esse processo exige um bom saneamento e a substituição regular das membranas que se deterioram e ficam bloqueadas. A osmose reversa tem como desvantagem o funcionamento em alta pressão, mas tem como a vantagem a ausência de troca térmica no seu sistema.

Processo de evaporação a vácuo

O processo de evaporação a vácuo usa um trocador de calor para pré-aquecer a cerveja a 35°C. Depois disso, a cerveja é passada sob um vácuo através de um trocador de calor de placas que é aquecida com um vapor a 50°C. A corrente evaporada passa para um separador, onde a cerveja desalcoolizada é retirada, e o álcool rico em vapor passa para um condensador.

 evaporador vacuo removendo alcool cerveja

Processo de Fermentação Interrompida


Sendo o mais utilizado no Brasil, o processo de fermentação interrompida é um processo em que a fermentação do mosto da cerveja é feita em uma faixa de temperatura dentre 6°C a 7°C, que é bem inferior a faixa de temperatura usada nos processos de cervejas que contêm álcool.
Essa diminuição da faixa de temperatura durante a fermentação faz com que ocorra uma boa diminuição na produção de álcool e mantém o aroma característico da cerveja. O álcool gerado nesse processo é inferior a 0,4 %.
 Fonte: www.engquimicasantossp.com.br

 Abrácidos Exotérmicos;

Prof. Cezário Júnior.


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