As
tampas de canetas esferográficas costumam ter um furinho na ponta. E
isso não tem a ver com durabilidade, nem eficiência do material. O
orifício foi projetado pensando na segurança de quem usa - ou até
morde - as tampinhas.
"Para
evitar risco de asfixia, caso alguém engula a tampa por acidente, o
objeto ganhou uma abertura que possibilita a passagem de ar",
explica Bernardo Abrantes, gerente de papelaria da BIC Brasil. Na
marca, essa mudança ocorreu em 1991, em adequação às normas
internacionais de segurança.
Os
números oficiais, na verdade, não registram muitos acidentes com
tampas de caneta. De acordo com o Inmetro (Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia), 49% das lesões relacionadas a
engasgo, inalação, ingestão de objeto e sufocamento envolvem
produtos voltados para bebês e crianças. Chupeta e mamadeira, por
exemplo, correspondem a 36% dos casos de asfixia.
Além
disso, um estudo realizado pela Universidade de Pádua, na Itália,
aponta os principais causadores de engasgo: moedas, bolinhas de gude
e alimentos como nozes, sementes e grãos. Segundo dados do
Ministério da Saúde, 826 crianças de até 14 anos morreram vítimas
de sufocamento em 2016. Desse total, 636 (77%) tinham menos de um ano
de idade – o que faz dessa a principal causa de morte entre bebês.
E o
furinho no corpo da caneta?
Além
das tampas, o corpo das canetas esferográficas também tem um
furinho que deixa muita gente curiosa. A finalidade desse orifício,
porém, é diferente: "Ele serve para igualar a pressão do
interior da carga à do exterior. Isso faz com que o produto suporte
ambientes de alta pressão, sem vazamentos e ainda ajuda na chegada
da tinta na ponta esférica".
Quanta
ciência envolvida da produção de uma simples caneta esferográfica,
não é mesmo?
Abrácidos Exotérmicos;
Prof. Cezário Júnior.
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