A formação
da casca do ovo de galinha é um fascinante exemplo de um processo
natural de precipitação. O constituinte principal do ovo da galinha
é o carbonato de cálcio (CaCO3). O cálcio necessário
vem, em última análise, da dieta alimentar da ave.
Uma casca de ovo típica pesa 5 g e tem 40% de
cálcio. A maior parte do cálcio dessa casca é depositada em um
período de 16 horas. Isso significa que ele é depositado a uma
razão de 125 mg por hora. Nenhuma galinha consegue consumir cálcio
suficientemente rápido para atender a essa demanda. Em vez disso,
ele é suprido por massas ósseas especiais dos ossos mais longos da
galinha, que acumulam grandes reservas de cálcio para a formação
da casca do ovo. (O componente ósseo inorgânico que tem cálcio é
o fosfato de cálcio, Ca3(PO4)2, um composto
insolúvel.) Se uma galinha é alimentada com dieta pobre em cálcio,
as cascas de seus ovos tornam-se progressivamente mais fina; ela pode
ter de mobilizar 10% da quantidade total de cálcio em seus ossos
apenas para botar um ovo! Quando a alimentação é persistentemente
pobre em cálcio, a produção de ovos pode cessar.
A casca do ovo é principalmente composta de
calcita, uma forma cristalina do carbonato de cálcio (CaCO3).
Normalmente, os constituintes, Ca2+ e CO2, são
transportados pelo sangue até a glândula da casca [órgão formador
da casca]. O processo de calcificação é uma reação de
precipitação:
Ca2(aq) + CO2 (aq) ↔ CaCO3(s)
Ca2(aq) + CO2 (aq) ↔ CaCO3(s)
No sangue, íons Ca2+ livres estão em
equilíbrio com cálcio ligado a proteínas. À medida que íons
livres são absorvidos pela glândula da casca, mais íons são
fornecidos pela dissociação das proteínas ligadas a cálcio.
Os íons carbonato necessários para a formação da
casca são um produto secundário do metabolismo. Dióxido de carbono
produzido pelo metabolismo é convertido a ácido carbônico (H2CO3)
pela enzima anidrase carbônica (AC):
CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq)
O ácido carbônico ioniza-se em etapas, produzindo íons carbonato:
H2CO3(aq) ↔ H+ (aq) + HCO2–(aq)
HCO3– (aq) ↔ H+ (aq) + CO3-2 (aq)
CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq)
O ácido carbônico ioniza-se em etapas, produzindo íons carbonato:
H2CO3(aq) ↔ H+ (aq) + HCO2–(aq)
HCO3– (aq) ↔ H+ (aq) + CO3-2 (aq)
As galinhas não transpiram e, em função disso,
precisam ofegar para se resfriar. A ofegação expele mais CO2
do corpo da galinha do que a respiração normal expeliria. De
acordo com o Princípio de Le Chatelier, a ofegação deslocará o
equilíbrio CO2 – H2CO3,
equacionado acima, da direita para a esquerda, diminuindo a
concentração de íons CO3-2 em solução e
causando a formação de cascas mais finas. Uma solução para esse
problema é dar às galinhas água carbonatada para beber quando o
tempo está quente. O CO2 dissolvido na água adiciona
CO2 aos fluidos corporais da ave e desloca o
equilíbrio CO2 – H2CO3 para a
direita.
Abrácidos Exotérmicos;
Prof. Cezário Júnior.
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